segunda-feira, 8 de novembro de 2010

cantiga de acordar.

Hoje não quero falar, mas sim, ser falada.
( pausa de mil compassos)

Nas profundezas de mim mesma
existem intactos reinos subjacentes.
Histórias inteiras sendo contadas
sem que eu sequer note.
A donzela sem mãos passeia
pelos íngremes campos em busca
de uma pêra.
Um salgueiro dança ao som da Lua
que parece sussurrar Billie Holliday
ao pé do ouvido da floresta encantada.
As folhas voam na trilha de estrelas
que mancham o céu anil.
Queria poder me deitar no extenso gramado de mim
para poder ouvir as minhas histórias desconhecidas
em tempo suspenso.

Boa noite.

Um comentário:

Sheyla disse...

Se tivéssemos tempo, de ouvir direito nossas próprias histórias, se não tivéssemos sempre de sair correndo, pular da cama, talvez ... Sei lá saberíamos mais e nós mesmos e estaríamos menos perdidos..