quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

A menina e o Caracol

Olá senhor Caracol!
Olá, àlo.
Sabe quanto tempo o Sr.leva?
Levo sotium, menina.
Muitos o que?
Muitos sopmet.
Quantos?
Conte ecov mesma.
Como?
É os acreditar.
Acreditar em que?
( pausa longa)
Não atnaida mais...
Que foi?
Você atse crescendo, é isso.
Não estou!
Está mis.
Para!
Calma, recserc não é ruim.
O senhor não vai mais falar comigo?!
Falarei erpmes. Quem oãn vai falar ogimoc, é você.
Claro que vou! Vou sim!
É a iel natural das sasioc,minha alhif..
O que? Não tô entendendo o que vc diz! Mas que droga!
sueda, ahnim aninem, ieritnes sedaduas, erpmes.
Não vou entender mais o avesso então?
(silêncio)
Hein?!
Responde!!!!

A menina pisa, com toda a força do mundo, com o pé esquerdo descalço no caracol. Seu casco se espatifa em mil pedaço, e seu corpo gosmento se espalha como uma bolha de meleca que se estoura.
Ai!Ai!
A menina salta num pé só e senta-se, impaciente.Cruza a perna esquerda sobre a direta esticada e olha o sangue misturado com uma gosma marrom escorrendo de vários buraquinhos em seu pé, feitos pelos pedaços espatifados da casinha do Senhor Caracol.

Ai, ai! Tá doendo muito, tá doendo! Eca, que nojento! tem uns pedacinhos espetados aqui!Mãe!Oh manhê!

Não havia ninguém, só o eco do seu choro surdo.

( tempo- choro - silêncio - suspiros-pós-choro)

...Entender o avesso irrita, mas matar ele dói, machuca muito. Matei o Senhor Caracol, quem vai ensinar o avesso que se desaprende para as meninas agora?

É, eu também não sei, eu também não sei.