domingo, 23 de janeiro de 2011

Rainha Elizabeth de calças

Sabe como eu sempre digo que eu sou a última cena do Central do Brasil? Então, penso em quantas vezes não consegui sentir saudades de ninguém por uma saudade profunda que tenho de mim mesma, e uma dor por todas as vezes que acho que não sou suficiente. E aí você vai me perguntar: suficiente pra que? Não sei, suficiente pra qualquer coisa, suficiente pra mim. Suficiente pra ser quem eu tenho que ser, ou quem me alma pede pra que eu seja...Eu sei, você vai dizer que é por causa das cicatrizes todas e por causa do meu estranho senso de proteção que ao invés de me fehcar pro mundo, o que seria mais óbvio já que um corpo machucado não vai querer ganhar mais feridas, me faz abrir-me e entrar no comando de um exército de infinitos soldados imaginários,usando armadura nenhuma. Na mão esquerda seguro apenas um estandarte puído de mim mesma, no qual mal lê-se " em busca da verdade",e levo as profundas linhas entranhas, desenhos de mim, na mão direita.
"Devo servir para alguma coisa afinal" eu penso.

Uma folha roxa brilhante voa em frente aos meus olhos molhados.

"Folhas roxas brilhantes não existem", observo encantada. Uma voz ao longe ( que pouco importa se é de alguém que existe ou não), sussurra:

- Não, você não serve pra nada mesmo. E é aí que mora toda a sua beleza.